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Nada de Nada

Resolvi escrever sobre nada; sim, nada. O que é nada?

De acordo com o dicionário:
nada
pron. indef.
1. Coisa nenhuma.
s. m.
2. O que não existe; o não-ser.
3. Por ext. Pouca coisa; bagatela.
4. Fig. Fragilidade.
adv.
5. Não; de modo nenhum.

Diz aqui acima que nada é coisa nenhuma, mas eu pergunto-me se é mesmo coisa nenhuma. Porque até nenhuma coisa é qualquer coisa. Por exemplo, o vazio é uma ausência de algo, ou então é algo cheio de nada; mas é sempre qualquer coisa.
Como é que algo pode não-ser? Sim, ok, o vazio é o não-cheio, no entanto é algo. É só por si um vazio. Concluo portanto que o nada é apenas mais algo.
Vejamos o exemplo do vácuo do universo, é definido como sendo um vazio, uma ausência de matéria. Mas nao está vazio, está cheio de nada.

Acaba por ser a velha questão do copo meio-cheio ou meio-vazio. Ambos os copos estão cheios de algo até metade, tudo depende da perspectiva com que olhamos para o copo. Eu também posso dizer que um copo que tenha água até metade da sua capacidade não está a meio, está cheio. Tem metade da sua capacidade preenchida com água e a metade restante preenchida com ar ou com qualquer outra substância gasosa. E se conseguirmos colocar um copo com metade de água no vácuo, então a outra metade está cheia de energia; ou até mesmo anti-matéria.

Sim, a ciência prova que a anti-matéria existe, será o oposto de matéria e não consegue co-existir no mesmo espaço/tempo que a matéria. Creio que uma se anula à outra (não sei se é assim ou não).

voltando ao nada, ou mesmo ao vazio. Continuo sem saber o que é o nada, ou o que é o vazio.
Nada… será o oposto de tudo? Em linguagem compreensível, é. No entanto se eu olhar por outro ponto de vista, o nada é apenas alguma coisa; pode não ser nada que os nossos cinco sentidos consigam captar, mas quem me garante que estando a olhar para nada eu estou mesmo a ver nada? Posso muito bem estar a olhar para um nada completamente preenchido de algo.

Para mim, reconhecer a existência do nada é a mesma coisa que reconhecer a existencia de tudo; reconhecer o vazio é reconhecer o preenchido.

O cérebro, está sempre cheio de pensamentos. Há quem acredite que com treino conseguimos parar de pensar. Eu não digo que não acredito, mas acredito que há outras possibilidades para além disso.
Há quem se esforce por parar de pensar de forma a poder meditar; no entanto não creio que seja necessário parar de pensar para se poder meditar. Creio sim, que para meditarmos, podemos deixar os nossos pensamentos fluir à sua vontade e integrá-los no processo de meditação. Acredito que existe o processo de pensar, algo que fazemos quase incoscientemente e há o processo de interpretar os pensamentos. Por exemplo: a um dado momento surge-nos um pensamento qualquer, tipo “apetece-me comer um bolo”; neste caso temos duas opções: vamos comer um bolo ou decidimos não comer um bolo (seja porque razão for). Na primeira opção decidimos comer o bolo, porque nos apetece, porque sentimos vontade de, etc. Agimos sobre o pensamento. Na segunda opção, não comemos o bolo, porque não podemos, porque vamos almoçar ou jantar pouco depois, etc.; mais uma vez, agimos sobre o pensamento.
Se estivermos a meditar e este pensamento surgir, podemos interromper a meditação e ir comer, podemos escolher não interromper a meditação. No caso de decidirmos não interromper a meditação, significa que integrámos esse pensamento na nossa meditação.

No fundo eu creio que nada é impossível e tudo é possível.

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