Há mais de quinze anos que comecei a escrever todo o tipo de coisas neste blog. Curiosidades, desabafos, crónicas, pequenos contos, tudo aquilo que me apetecia deitar cá para fora. Desde o início que este blog teve este propósito, e assim continuará a ser enquanto eu tiver vontade.
Tenho escrito sobre as minhas neuras, os meus momentos mais alegres… Se calhar, não tanto estes últimos. Não porque sejam poucos mas mais porque quando estamos tristes, é mais fácil escrever. Quando estamos alegres e felizes, simplesmente estamos e nem sequer sabemos bem o que escrever.
Durante a maior parte da minha vida e carreguei dores que sabia existirem sem ter, na verdade, reconhecido que estavam lá de forma a senti-las em toda a sua profundidade. Era como se eu dissesse: “eu sei que estás aí mas não te dou importância”.
De um momento para o outro e com muita ajuda, comecei a sentir e finalmente a reconhecer estas dores. Vejo-as, sei que estão lá, sinto-as, reconheço-as e acima de tudo, assumo a minha responsabilidade por elas.
E dói… Foda-se que isto dói. É como um corte profundo que passou ao lado de todos os nervos e dói que se farta.
Já me doeu o coração antes, mas acho que nunca desta forma. Estou num estado lastimável.
E no entanto, não posso estar assim para ninguém que me seja próximo (excepto para a minha mana). Se eu me “queixo” disto às pessoas de quem gosto e que gostam de mim só recebo respostas do tipo: “sai dessa, a vida anda-se para a frente” ou “pára de te fazeres de vítima” ou mesmo até “deixa de olhar para o teu umbigo”.
E isto são pessoas que gostam de mim e que me dão provas disso. São pessoas que estão a passar pelos seus próprios processos. Não posso simplesmente chegar aqui e largar isto em cima delas.
Vou parar de escrever por agora. Volto mais tarde.